0 Amizade Colorida

Ontem, fui ver “Amizade Colorida” no cinema com o Gabriel. Passei quase o filme todo apontando para a tela do cinema e dizendo: “Olha lá, somos nós”. Desde que vi o trailer no começo de um outro filme que agora não me lembro, em uma das milhares de sessões de cinema que nós temos visto nesse último ano, sabia que esse seria o filme da nossa vida. Quando falei com ele que queria vê-lo, ele concordou, mas não tinha acreditado em tudo o que eu tinha dito antes. No final do filme, ele virou pra mim e disse: “Não é que você tinha razão? Somos nós lá.”. Ponto pra Thaynara rs.
Mas não é bem disso que eu quero falar. Há algum tempo, venho percebendo que não somos um casal comum. Tudo bem, sei que todos dizem isso, mas, juro que essa é a mais pura verdade. Sempre foi assim, desde o início. Ou você já viu alguém começar a namorar sem um pedido de namoro? Dias atrás, parei para pensar no quanto isso é estranho para as pessoas que vêem de fora. Elas sempre têm uma visão totalmente errada (e muitas vezes absurda) do nosso relacionamento. Chega a ser engraçado, cansei de ouvir de várias pessoas dizendo que nós não éramos um casal de verdade, que éramos somente “amigos que gostam de ficar, nada mais que isso”. Eu, obviamente, ri, mas não pude deixar de concordar.
A maioria das pessoas não o entende porque ele não tem cobranças. Isso não quer dizer que seja um relacionamento aberto, só que não perdemos tempo com as bobagens habituais dos casais normais. Quando eu digo que não existe ciúme, é porque ele realmente não existe. Em mais de um ano, nunca brigamos por ciúmes. Também não existe desconfiança. Ela não tem vez porque não existe traição. Não falo da traição de “sair” com outra pessoa. Traição vai muito além disso. Trata-se de não ser infiel quanto ao caráter, assim como nas amizades. Sem mentiras, também. E eu poderia continuar listando aqui mais milhões de motivos, e ainda olhariam para mim, intrigados, e diriam que não há nada de anormal nisso tudo. E é aí que eu começo a me divertir. Porque eu nunca vi ninguém com um relacionamento assim antes. Apesar de todos dizerem as coisas citadas acima, é tudo da “boca pra fora”. Ou vai me dizer que nunca brigaram por um ciúme bobo, pelo menos por isso?
A tão famosa liberdade para falar de qualquer coisa com o outro em qualquer momento ou lugar. Desde o modo como eu detesto quando ele me faz cócegas ao fato de eu adorar os amigos idiotas dele. Passar a tarde toda jogando videogames, brincar de autorama. Deitar no chão gelado da sala e ficar conversando por horas sobre qualquer assunto. Ver filmes de terror, guerra e animação. Às vezes eu acho que dá tão certo assim porque eu sou um menininho disfarçado. Eu faria qualquer coisa com ele que um dos amigos dele faz.
Ou talvez seja por tudo que já passamos juntos. Mas acho que, acima de tudo, é a nossa amizade que nos torna tão fortes. Talvez a pessoa que disse que “não passamos de amigos que gostam de ficar” esteja certa. Poderíamos passar dias inteiros como amigos, sem reclamar. Porque só o fato de estarmos ao lado um do outro já nos faz muito bem. Ele é sim meu melhor amigo, nos melhores e piores momentos. E, às vezes, ele me entende melhor que a minha melhor amiga. Então... Isso não caracterizaria, de fato, uma amizade colorida? Pode ser que sim. Mas quem se importa? Se é isso que temos, é o que eu vou querer ter para sempre.

“I hope you have found a friend /
Closing time, every new beginning /
Comes from some other beginning's end /
I know who I want to take me home” 

(Closing Time – Semisonic)

Thaynara Araujo.

0 Singué Sabour

Singué Sabour, isso é o que ela representa. Para os menos acostumados, Pedra-de-paciência. Você pode estar se perguntando se isso faz sentido ou se a escritora, apenas, ficou louca de vez. Caríssimos, escolham o que lhe convier. A opção mais confortável e cabível.Digo-lhes, Pedra-de-paciência nada mais é do que uma pedra mágica que acolhe os lamentos de quem se confidencia a ela. É sabido que no dia em que receber tristeza demais explodirá em erupção apocalíptica. Exagerado? Talvez.O que lhes conto agora, é que essa menina, sim, minha doce Singué Sabour, está a ponto de explodir. E o medo a aflige, prendendo uma pobre criança a seu destino inusitado. Cruel, não é, meus caros? O que poucos sabem é que esse destino não foi escolhido. Foi-lhe concebido.Pobre Singué Sabour, o que caberá a seus doces sonhos? Hoje, seus doces sonhos não existem mais. Culpa de toda uma corja de pessoas que a ela se prendem de tal maneira a torná-los impossíveis. Impossíveis sim, pois o tempo que teria para alcançá-los, é um tempo perdido, somente a ouvir os lamentos dessas pessoas miseráveis.Todavia, esquecem. Esquecem que essa minha querida Singué Sabour tem sonhos, e que, apesar de não serem mais doces, ainda são sonhos. Ao menos se importam se ela tem problemas. E ela os tem, aos montes. Ela chora, e, a cada dia, torna sua existência mais deplorável. Tudo isso porque tem medo. Não pode recusar tais miseráveis, afinal, possuem resistência frágil.E eu torno a perguntar-lhes, meus caros, alguém se lembra, ao menos, se a existência dessa minha Singué Sabour é frágil? Digam-me, mesmo que se lembrassem, alguém se importaria? Creio que não. E por isso, ela enxuga as lágrimas. Sorri como se nada houvesse ocorrido e sai de cena. Antes que exploda.

Thaynara Araujo.

0 “Close the door and nonne has to know how we are”

Ele diz as palavras certas, no momento certo. É assim que o nosso amor se resume, somente porque não precisamos provar para absolutamente ninguém que ele existe. Não nos importamos com as conclusões que as pessoas vão tirar, afinal, já se passaram nove meses e são sempre as mesmas perguntas, as mesmas imposições, com que finalidade?
É sempre o mesmo, mas eu nunca vou me importar de sair como a “namoradinha”, mesmo que pejorativamente. É assim que me vêem? Então eu assumo, sou a namoradinha sim, qual o problema?
A verdade é que ninguém nunca sabe ou vai saber o que se passa entre a gente. Não vão saber o que a gente pensa ou o que faz. E porque a gente pensa e faz, ou não faz. O mais legal, enfim, é que isso incomoda. Não à gente, mas a eles. O mistério incomoda sim, pois ele não é o suficiente para que conclusões sejam tiradas.
Mas, já que querem tanto saber como funciona, é bem simples: Apenas fechamos a porta e ninguém tem que saber como estamos.

Thaynara Araujo.

0 Uma primeira carta

Nilópolis, 27 de Abril de 2011.

Meu amor,

Depois de oito meses já não é mais a mesma coisa. Passa o normal, o óbvio. Passa o frio na barriga inicial e a sensação de novidade. Mas se torna amor. Os sentimentos se tornam mais intensos, a preocupação, mais duradoura e os sonhos, mais reais. A vida muda, as convicções, os gostos, os medos, os desejos já são outros.Me disseram de tudo: que não iria durar, que eu não namoro, que somos frios, que enjoaríamos um do outro… E eu, com o mesmo sorriso habitual, disse: “Que se dane, eu quero o momento, o agora”. E eu quero que o agora exista hoje e sempre. Porque, você sabe, eu sou assim. Odeio meio-termo, o normal, o morno. Eu gosto dos extremos. De intensidade, tempo, paixão. Eu gosto dos beijos mais longos, dos abraços mais eternos, das risadas sem fim. E eu quero você, seu cheiro, seus beijos, seus abraços, o modo como sorri pra mim e não consegue me dizer não.Eu quero seu calor, quero sua calma. Quero você, num dia frio, comigo debaixo do edredom comendo pipoca e assistindo a uma comédia romântica daquelas mais piegas. Quero você dizendo no meu ouvido suas verdades impassíveis, dizendo que me ama e o quanto eu te faço bem. E eu vou sorrir, sem graça como sempre, e sem que eu precise te dizer nada, te farei ver em meus olhos que você me salvou e que eu só existo hoje pois, você me deu uma razão pra isso.Não desejo nada de mais, apenas nossa simplicidade. E quero que você cuide de mim e não deixe que eu me magoe novamente. E eu prometo cuidar de você e fazê-lo o mais feliz possível.Por fim, já não sei porque escrevi tanto somente para, no final, chegar à conclusão de que eu te amo. Talvez seja por essa mania minha de tentar descrever sentimentos. Um mero “Eu amo você” pra mim já não basta. Ele não é suficiente para expressar o tamanho do meu amor por você. Talvez, ainda, essa mania passe. Enquanto não, escrevo-te essas mal traçadas linhas para que sempre se lembres de mim.

Sem mais descrições,

Apenas sua, somente sua,

Thaynara.


Thaynara Araujo.

0 Ruim



Não sou boazinha. Não sou calma, muito menos pacífica. Não, eu não faço o seu tipo. Não gosto de gente mal educada, dissimulada, falsa. Não gosto de paz. Não acho a televisão a maior invenção do século. Nunca estou a favor. Não tenho pena. A verdade é que quero mais é que tudo se exploda, que o circo pegue fogo e eu ainda vou estar olhando, com uma garrafa de gasolina e um isqueiro na mão. E sim, eu vou rir. Não gosto dos mocinhos. Não gosto de gente fraca, frágil. Não tenho problemas com verdades. Sou quase uma Odete Roitman. E, além de tudo, ainda acho Hittler um gênio. Mas, quer saber: Não vou mudar. E os incomodados que mudem.


Thaynara Araujo.

0 A única exceção





É domingo. Está chovendo lá fora, mais que o normal para um típico dia de inverno. Faz meia hora que eu te assisto dormir. Parece um anjo, quase não ouço tua respiração. Vejo teu corpo pulsar ao lado do meu. Tudo tão simples, tudo tão meu. Mas é hora de ir. Você sabe os meus motivos, sabe que eu nunca me apaixono. Então eu me levanto e deixo tudo pra trás. Todos os beijos, abraços e memórias. Visto meu casaco, deixo um bilhete e vou, num momento súbito de coragem. Tomo ar puro. Vejo pessoas, ruas, carros. Mas nada parece fazer sentido sem você. Então eu volto. Tenho uma sensação de alívio, estou em casa. Com cuidado, tiro os sapatos, abro a porta, amasso o bilhete. Você ainda dorme. Deito ao teu lado novamente. Você põe seu braço ao redor da minha cintura. Murmura alguma coisa ininteligível no meu ouvido. E eu tenho certeza que meu mundo é aqui. Com você.


                      Thaynara Araujo.

0 Mais um ano novo




Ano Novo significa vida nova. Recomeço. É o tempo de fazer uma grande análise de nossas vidas e, assim, arrumar tudo, retirar aquilo que nos faz mal e manter o que nos faz bem. Abrir o baú da memória e relembrar todos os momentos maravilhosos passados durante o ano. Pensar na sorte que temos de ter nossas famílias - por mais imperfeitas que elas sejam -, de ter amizades verdadeiras - que mesmo sendo poucas, são aquelas com as quais podemos contar quando realmente precisamos. E, o mais importante: pensar na sorte que temos por acordar bem a cada dia, vivos. É renovar as esperanças, mesmo quando tudo parece perdido e então, não sermos totalmente céticos, acreditarmos no destino e, por uma vez, parar de sermos controladores e deixarmos nossas vidas nas mãos dele. Por isso, faça tudo o que tiver vontade, seja feliz, viva! O ano apenas começou.


Thaynara Araujo.
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