Singué Sabour, isso é o que ela representa. Para os menos acostumados, Pedra-de-paciência. Você pode estar se perguntando se isso faz sentido ou se a escritora, apenas, ficou louca de vez. Caríssimos, escolham o que lhe convier. A opção mais confortável e cabível.Digo-lhes, Pedra-de-paciência nada mais é do que uma pedra mágica que acolhe os lamentos de quem se confidencia a ela. É sabido que no dia em que receber tristeza demais explodirá em erupção apocalíptica. Exagerado? Talvez.O que lhes conto agora, é que essa menina, sim, minha doce Singué Sabour, está a ponto de explodir. E o medo a aflige, prendendo uma pobre criança a seu destino inusitado. Cruel, não é, meus caros? O que poucos sabem é que esse destino não foi escolhido. Foi-lhe concebido.Pobre Singué Sabour, o que caberá a seus doces sonhos? Hoje, seus doces sonhos não existem mais. Culpa de toda uma corja de pessoas que a ela se prendem de tal maneira a torná-los impossíveis. Impossíveis sim, pois o tempo que teria para alcançá-los, é um tempo perdido, somente a ouvir os lamentos dessas pessoas miseráveis.Todavia, esquecem. Esquecem que essa minha querida Singué Sabour tem sonhos, e que, apesar de não serem mais doces, ainda são sonhos. Ao menos se importam se ela tem problemas. E ela os tem, aos montes. Ela chora, e, a cada dia, torna sua existência mais deplorável. Tudo isso porque tem medo. Não pode recusar tais miseráveis, afinal, possuem resistência frágil.E eu torno a perguntar-lhes, meus caros, alguém se lembra, ao menos, se a existência dessa minha Singué Sabour é frágil? Digam-me, mesmo que se lembrassem, alguém se importaria? Creio que não. E por isso, ela enxuga as lágrimas. Sorri como se nada houvesse ocorrido e sai de cena. Antes que exploda.
Thaynara Araujo.