0 Singué Sabour

Singué Sabour, isso é o que ela representa. Para os menos acostumados, Pedra-de-paciência. Você pode estar se perguntando se isso faz sentido ou se a escritora, apenas, ficou louca de vez. Caríssimos, escolham o que lhe convier. A opção mais confortável e cabível.Digo-lhes, Pedra-de-paciência nada mais é do que uma pedra mágica que acolhe os lamentos de quem se confidencia a ela. É sabido que no dia em que receber tristeza demais explodirá em erupção apocalíptica. Exagerado? Talvez.O que lhes conto agora, é que essa menina, sim, minha doce Singué Sabour, está a ponto de explodir. E o medo a aflige, prendendo uma pobre criança a seu destino inusitado. Cruel, não é, meus caros? O que poucos sabem é que esse destino não foi escolhido. Foi-lhe concebido.Pobre Singué Sabour, o que caberá a seus doces sonhos? Hoje, seus doces sonhos não existem mais. Culpa de toda uma corja de pessoas que a ela se prendem de tal maneira a torná-los impossíveis. Impossíveis sim, pois o tempo que teria para alcançá-los, é um tempo perdido, somente a ouvir os lamentos dessas pessoas miseráveis.Todavia, esquecem. Esquecem que essa minha querida Singué Sabour tem sonhos, e que, apesar de não serem mais doces, ainda são sonhos. Ao menos se importam se ela tem problemas. E ela os tem, aos montes. Ela chora, e, a cada dia, torna sua existência mais deplorável. Tudo isso porque tem medo. Não pode recusar tais miseráveis, afinal, possuem resistência frágil.E eu torno a perguntar-lhes, meus caros, alguém se lembra, ao menos, se a existência dessa minha Singué Sabour é frágil? Digam-me, mesmo que se lembrassem, alguém se importaria? Creio que não. E por isso, ela enxuga as lágrimas. Sorri como se nada houvesse ocorrido e sai de cena. Antes que exploda.

Thaynara Araujo.

0 “Close the door and nonne has to know how we are”

Ele diz as palavras certas, no momento certo. É assim que o nosso amor se resume, somente porque não precisamos provar para absolutamente ninguém que ele existe. Não nos importamos com as conclusões que as pessoas vão tirar, afinal, já se passaram nove meses e são sempre as mesmas perguntas, as mesmas imposições, com que finalidade?
É sempre o mesmo, mas eu nunca vou me importar de sair como a “namoradinha”, mesmo que pejorativamente. É assim que me vêem? Então eu assumo, sou a namoradinha sim, qual o problema?
A verdade é que ninguém nunca sabe ou vai saber o que se passa entre a gente. Não vão saber o que a gente pensa ou o que faz. E porque a gente pensa e faz, ou não faz. O mais legal, enfim, é que isso incomoda. Não à gente, mas a eles. O mistério incomoda sim, pois ele não é o suficiente para que conclusões sejam tiradas.
Mas, já que querem tanto saber como funciona, é bem simples: Apenas fechamos a porta e ninguém tem que saber como estamos.

Thaynara Araujo.

0 Uma primeira carta

Nilópolis, 27 de Abril de 2011.

Meu amor,

Depois de oito meses já não é mais a mesma coisa. Passa o normal, o óbvio. Passa o frio na barriga inicial e a sensação de novidade. Mas se torna amor. Os sentimentos se tornam mais intensos, a preocupação, mais duradoura e os sonhos, mais reais. A vida muda, as convicções, os gostos, os medos, os desejos já são outros.Me disseram de tudo: que não iria durar, que eu não namoro, que somos frios, que enjoaríamos um do outro… E eu, com o mesmo sorriso habitual, disse: “Que se dane, eu quero o momento, o agora”. E eu quero que o agora exista hoje e sempre. Porque, você sabe, eu sou assim. Odeio meio-termo, o normal, o morno. Eu gosto dos extremos. De intensidade, tempo, paixão. Eu gosto dos beijos mais longos, dos abraços mais eternos, das risadas sem fim. E eu quero você, seu cheiro, seus beijos, seus abraços, o modo como sorri pra mim e não consegue me dizer não.Eu quero seu calor, quero sua calma. Quero você, num dia frio, comigo debaixo do edredom comendo pipoca e assistindo a uma comédia romântica daquelas mais piegas. Quero você dizendo no meu ouvido suas verdades impassíveis, dizendo que me ama e o quanto eu te faço bem. E eu vou sorrir, sem graça como sempre, e sem que eu precise te dizer nada, te farei ver em meus olhos que você me salvou e que eu só existo hoje pois, você me deu uma razão pra isso.Não desejo nada de mais, apenas nossa simplicidade. E quero que você cuide de mim e não deixe que eu me magoe novamente. E eu prometo cuidar de você e fazê-lo o mais feliz possível.Por fim, já não sei porque escrevi tanto somente para, no final, chegar à conclusão de que eu te amo. Talvez seja por essa mania minha de tentar descrever sentimentos. Um mero “Eu amo você” pra mim já não basta. Ele não é suficiente para expressar o tamanho do meu amor por você. Talvez, ainda, essa mania passe. Enquanto não, escrevo-te essas mal traçadas linhas para que sempre se lembres de mim.

Sem mais descrições,

Apenas sua, somente sua,

Thaynara.


Thaynara Araujo.
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